segunda-feira, 14 de maio de 2012

Capitulo 1 - Consequences


Pov Bella

Uma imensidão de verde me rodeava enquanto eu dirigia pela estrada que levava a Forks. Era reconfortante ver como a chuva batia no asfalto e a única coisa que eu tinha a minha volta eram as florestas verdes da Península de Olympic.


O sentimento quente estar de volta a casa e a musica familiar que tocava no radio tinham um efeito relaxante sobre mim, mas não o suficiente para dissolver toda a tensão que havia se instalado no meu baixo ventre e que fazia com que eu tamborilasse meus dedos de modo ritimado no volante.

Eu não sabia o que me esperava quando eu chegasse a Forks. Eu sabia que tinha deixado muitos pontos sem nós para trás quando eu fugi daqui logo após terminar o colegial e que estava na hora de terminar de uma vez com essas pendências que eu havia deixado para trás. Era o único meio para que eu pudesse finalmente seguir em frente sem essa dor constante no meu peito.

“Bem-vindo a Forks, população 3175 habitantes” a placa dizia.

Meu estomago se revolveu e a tensão em meu baixo ventre se intensificou. A sensação de estar mergulhando na escuridão ficando cada vez mais forte.

Dirigi por aquelas ruas tão familiares até chegar à pequena casa branca de madeira. Estacionei o carro na calçada e encarei a casa por alguns segundos. A viatura estava estacionada na entrada, o que significava que meu pai estava em casa.

Respirei fundo e abri a porta do carro, me dirigindo até a casa com a minha mala em mãos.

Após tocar a campainha, alguns minutos se passaram até que eu ouvi passos se dirigindo a porta e que meu pai a abrisse.

Ele parecia chocado de me ver lá, mas eu não o culpava. Afinal, quem não se surpreenderia ao ver sua filha que esteve sumida pelos últimos anos aparecer na sua porta sem nenhum aviso.

–Bella?

–Oi, pai.

Um pequeno sorriso se abriu em seu rosto enrugado e a esperança brilhou em seus olhos quando ele registrou o fato que eu realmente estava ali.

Agora que eu prestava atenção percebi que ele parecia ter envelhecido muito mais do que devia nos anos que se passaram e a culpa me carcomeu por dentro quando eu pensei que eu provavelmente era a causa disso.

– Eu posso entrar? – perguntei quando eu percebi que ele ainda estava um pouco desorientado e não sabia o que fazer.

– Claro! – exclamou se colocando de lado para dar espaço para eu entrar.

–Me dê isso. – disse tirando a mala da minha mão e a colocando no hall de entrada.

Na sala a TV estava ligada no canal de esportes, um pequeno sorriso atravessou meu rosto ao pensar que algumas coisas nunca mudam. Uma rápida olhada ao meu redor comprovou que tudo continuava igual desde a época que eu parti.

Eu me sentei no sofá velho enquanto aguardava meu pai voltar da cozinha, onde eu suspeitava, ele havia ido buscar uma cerveja, quando voltou se sentou na sua costumeira poltrona.

Um silêncio desconfortável se instalou no ambiente, onde nenhum de nos sabia ao certo o que dizer. Com um suspiro resignado meu pai colocou a cerveja na mesinha de centro e me encarou, a tristeza marcando suas feições.

–Faz muito tempo, Bells. – disse finalmente.

–Eu sei.

–Por que agora? Por que depois de todos esses anos, você resolveu aparecer? Não me leve a mal. Eu estou feliz por você estar aqui. Deus sabe o quanto eu desejei o dia em que eu saberia de você novamente. Mas, por que agora?

Uma lagrima escorreu pelo meu rosto ao pensar em tudo que eu tinha feito meu pai passar nos últimos anos por culpa dos meus atos inconsequentes.

Eu poderia ter mantido algum tipo de contato com meu pai, mesmo que escasso. Mas eu não fiz. Porque eu não queria nada que me lembrasse do passado, eu não queria quaisquer conexões com aquelas lembranças dolorosas. Eu não podia manter qualquer tipo de contato com o passado e meu pai representava exatamente isso.

E então devido ao meu egoísmo, eu magoei a única pessoa que sempre quis meu bem, a minha felicidade.

Nesse ponto eu já não segurava mais minhas lagrimas.

Sem saber o que fazer, me joguei desesperadamente nos braços de meu pai, implorando por perdão e algum tipo de consolo. Seus braços me circundaram de forma desajeitada, me puxando pra perto de seu peito forte.

–Desculpa... desculpa... desculpa... – eu pedia entre soluços.

–Está tudo bem. Tá tudo bem. Calma, garota. Tudo bem. – ele dizia tentando me consolar, o que só aumentava as minhas lagrimas.

Em algum ponto as minhas lagrimas finalmente secaram, mas eu continuei abraçada ao meu pai, que havia me colocado em seu colo de algum modo. Eu me sentia uma garotinha de cinco anos, que tinha feito uma travessura e agora não sabia o que fazer.

Nós ficamos lá, quietos. Sentados sem falar nada. Até que eu resolvi que eu devia falar.

– Eu me casei. – senti seu corpo ficar tenso em baixo de mim.

– O que? Com quem? –ele perguntou.

– Lembra do Luca? Aquele rapaz que eu te apresentei quando você foi à minha formatura da faculdade?

–Sim, um garoto de cabelos pretos até os ombros, não é? – perguntou ainda meio transtornado.

– É. – sussurrei.

– E bem, onde ele está? – meu pai perguntou, tentando fazer frente à situação.

– Ele morreu. – sussurrei sob a minha respiração entrecortada.

– Oh, Bella. - Enxuguei uma lagrima furtiva com as costas da mão.

– Alguns meses antes da minha formatura o Luca me pediu em casamento, eu sei que eu devia ter falado, mas eu não sabia como, não sabia o que fazer, eu não esperava que nós nos casássemos realmente, nós tínhamos alguma coisa, mas eu nunca achei que ele fosse levar tão a serio e quando isso aconteceu bom, eu não sabia o que fazer, eu sei que devia ter falado, mas... – dei de ombros. – Enfim, depois de pensar por algum tempo eu acabei aceitando, eu pensei que era uma forma de eu seguir em frente e que talvez fosse bom, um começo. Ele sabia que eu não queria e nem agüentaria uma cerimônia tradicional com todos os preparativos, então ele providenciou uma licença e nós nos casamos no civil mesmo, não teve nenhuma cerimônia, nenhuma comemoração em especial, foi tudo simples, frio. – fiz uma pausa.

– Apesar de tudo isso, ele parecia feliz com o casamento, ele sabia que eu não o amava, pelo menos não desse jeito, mas ele me amava e isso bastava para ele.

As lagrimas voltaram a escorrer e por um momento eu fui incapaz de falar. Depois de um tempo, um pouco mais composta, voltei a falar.

–Ele me fez feliz, pai. - disse olhando em seus olhos. – Ele se dedicou a me fazer feliz todos os dias do nosso casamento. E ele conseguiu. Apesar de tudo, ele conseguiu.

–Eu fico feliz. – meu pai disse com lagrimas nos olhos também.

–Tínhamos ido a New Haven assistir um jogo da Columbia contra Yale, nos estávamos voltando para casa, quando um motorista bêbado bateu no nosso carro. O carro capotou e desceu pela ribanceira, os médicos dizem que é um milagre eu ter sobrevivido com tão poucos ferimentos.

–Bella...

–Sabe o que é pior, pai? – perguntei em um sussurro.

–O que, minha filha?- respondeu também em um sussurro.

–Que o meu ultimo pensamento antes de ficar inconsciente tenha sido para Edward Cullen. – um soluço escapou por entre meus lábios.

Meu pai ficou paralisado por alguns minutos e depois me abraçou apertado contra o seu peito me embalando contra o seu peito.

– Foi ai que eu percebi que eu não tinha superado nada, que eu só estava me enganando e que eu não devia ter fugido. Que eu devia ter encarado as coisas, por que só assim eu realmente iria superar alguma coisa. – disse por entre soluços.

–Shhh... está tudo bem. Vai dar tudo certo. Nós vamos conseguir superar isso. – disse.

.

.

.

“Nós vamos conseguir superar isso.” Eram as palavras que ecoavam pela mente enquanto eu fazia o jantar naquela noite.

Depois daquele episodio meu pai não havia mais tocado no assunto e eu resolvi deixar quieto também, para minha própria sanidade até.

– O jantar está pronto, pai! – gritei em quanto colocava a travessa de macarrão da mesa.

– Okay. – ouvi sua voz vinda da sala onde ele assistia ao jogo.

E por um momento eu me senti de novo aquela garota de dezessete anos.

–Então, quanto tempo você pretende ficar aqui? – perguntou meu pai se sentando na cadeira e servindo-se de um pouco de macarrão enquanto eu servia dois copos de leite.

Sentei-me na frente de meu pai e lhe entreguei um copo de leite, antes de me servir.

– Eu ainda não sei pai. Eu não tinha planejado muito bem isso. Em todo caso daqui a uma semana eu tenho uma festa para ir. É mais bem uma homenagem para o Luca do que uma festa na verdade.

–Ah, que legal. – murmurou meu pai desconfortável com a situação.

– É. – falei enquanto brincava distraidamente com a comida em meu prato. – Os pais dele moram em Seattle então eles decidiram fazer a homenagem aqui.

–Bom. – sussurrou.

– Se você quiser, eu posso encontrar um lugar para ficar enquanto estou aqui. – sugeri não querendo incomodar.

–Não, claro que não. – negou. – Essa é sua casa também, afinal.

Assenti envergonhada e voltamos a comer em silencio.

2 comentários:

  1. OMG! Leitora fresquinha - e virgem em relação a fics de Crepúsculo. Essa foi a primeira história de Bella superando Edward depois de Lua Nova que conseguiu chamar minha atenção o suficiente para lê-la - vi no Nyah!, gostei e cliquei. Enfim, quase chorei pelo Luca aqui, também; sabe o que seria super irônico? Se o Carlisle estivesse em Seattle e eles se reencontrassem nessa homenagem ao Luca... Não me mate se tiver spoiler - minhas amigas dizem que eu tenho um dom em relação a isso e quase me matam quando eu ponho algo nos coments.
    Beijos, esperando pelo próximo!

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    Respostas
    1. Heeey, amoreee!
      Ahh sou totalmente apaixonada por leitoras novas!! Aii, querida, fiico tão feliz em saber que você gostou da fic o suficiente para tentar e que essa é a sua primeira fic de Crepúsculo!!!
      O Luca... sem comentários.
      kkkkkk, marvada você hein minina, eu também sou meio assim então nem vou fazer nada com você, ta?!
      Logo eu to postando o próximo capitulo.
      Obrigada por comentar e por dar uma chance a fic, espero que goste e não se arrependa!
      Beijinhos, Natália Varsalli

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